Caros amigos,
Desculpem-me o atraso desta mensagem.
Estou em viagem aqui em São Paulo e só agora acessei a lista do grupo.
Todas aquelas mensagens bacanas induziram-me a que também deixasse aqui algumas palavras
sobre o que sinto por estar junto de pessoas tão especiais, que têm por hábito, além de exercitar o corpo,
treinar a solidariedade e a amizade, amar a Natureza - valorizar a vida.
Por isso, sempre me vem que, encontrá- los, me foi como descobrir uma maravilhosa trilha na vida.
E das nossas trilhas e vivências nos domingos e, às vezes, nos sábados de reconhecimento e aventuras, bem como dos eventos
organizados pelo Grupo, levo comigo para o dia-a-dia todos aqueles momentos felizes e inesquecíveis.
É o ESPÍRITO REBAS, a compensar e me fazer superar as dificuldades.
Por tudo isso, também só tenho a agradecer essa maravilhosa companhia de todos vocês. E digo, lembrando Vinicius de Moraes: VOCÊS SÃO TODOS MEUS AMIGOS!
Vai o poema:
AMIGOS
Vinicius de Moraes (1913-1980)
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite
ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
PARABÉNS A TODOS! PARABÉNS AO REBAS!
Arquimedes.