IRON BIKER 2007
Quem pensava em ir e não foi simplesmente perdeu a melhor experiência que um
biker pode ter em trilhas.
Logo no primeiro dia com belos 75 km pela frente, comecei fazendo como
vários bikers experientes haviam me falado, “... comece poupando energia,
pois essa prova sempre é muito difícil...”, difícil? Vocês estão todos
doidos, difícil é pouco, essa prova é difícil bagaraio, ou como diria nosso
amigo Jales Macalé “... Isso é desumano...” com aqueles escala bike (pois
chamar de empurra bike não expressaria realmente o que foi aquilo, nem as
motos estavam subindo direito) o primeiro dia tornou-se quase impossível pra
mim de ser zerado dentro do tempo máximo de prova.
Mas tirando as escaladas que fizemos, tiveram também trechos maravilhosos
como singles de muitos quilômetros que pedíamos para que não acabassem,
muitas pirambas boas de largar a bike, trechos que exigiam ao máximo a
técnica do biker e mais ainda a resistência bike, afinal, pensem em juntar
todas as trilhas Rebas do ano numa só, teríamos todos os tipos de terreno e
situaçôes num só dia, esse foi o IRON BIKER 2007.
No km 35 após dois escala bike senti fortes câimbras nas panturrilhas e
quadríceps esquerdo o que me fez ficar parado por quase 30 min e decidir
concluir a prova em ritmo de passeio mesmo ou eu não chegaria ao final.
Ao final do primeiro dia de prova, chegando à praça de Ouro Preto ainda
teríamos que encarar uma descida com desnível de quase 400 metros em apenas
02 quilômetros de paralelepípedos que acabaram com os meus freios, dedos e
músculos dos braços, fiz essa descida com várias paradas, afinal a
bandeirada de chegada já havia sido dada e eu estava morto.
Com o espírito Rebas de ser, fiquei esperando meus companheiros de aventuras
Sérgio e Inaldo chegarem desse desafio e já com a bike na revisão para
encarar o segundo dia. Com todos reunidos, fomos para o hotel comer uma bela
macarronada e dormir, pois estávamos todos exaustos.
Para o segundo dia de prova como a largada seria em Mariana, cidade que
estávamos lotados eu dormi até o último momento e decidi chegar já pedalando
na hora da largada, e que decisão mais acertada essa, chegamos Sérgio e eu
já no momento da largada e nos alinhamos (furando fila) para mais um dia de
pedal pelos morros mineiros.
Por incrível que pareça eu estava bem melhor que no primeiro dia e da metade
a prova para frente decidi apertar o ritmo e aumentar a adrenalina, pois
segundo a altimetria da prova, o segundo dia seria um dia com menos subidas,
ledo engano, só não tinha escala bike, nesse dia sim tivemos 2 empurra bike
fortes, mas que não tiraram o brilho de mais uma trilha maravilhosa e na
minha opinião muito mais prazerosa que a do primeiro dia pela quantidade de
singles, descidas radicais e trechos técnicos apresentados.
E por falar em descidas, eu quase encontrei com uma cerca quando tentava
acompanhar um camarada numa Cannondale full, eu estava a 65Km/h freando
muito e a bike não parava, mas tirando esse susto o dia foi ótimo e consegui
chegar ao final da prova tranqüilo e não tenho nem como descrever qual é a
sensação de chegar ao final e levantar a bike no pódio com a vibração da
galera te aplaudindo. Só quem foi é que sabe.
A viagem com a equipe Rebas foi maravilhosa em todos os aspectos, estou
aguardando ansioso para o IRON do ano que vem e com uma promessa feita entre
alguns para começar a treinar desde já, dieta e treino hein, vou cobrar de
quem prometeu.
Inaldo, o discurso do Churchill traduz bem mesmo nosso espírito nessa
aventura. E vamos todos com esse pensamento para o IRON do ano que vem.
“... We shall fight in the hills, we shall never surrender...”
IRON RULEZ
Abs
Gabriel