Serei breve realmente desta vez.
Fiz com dificuldades a prova. Estou semanalmente nos pedais, mas pouco me
preparo para pedais difíceis em razão do dia-a-dia de trabalho. Todos os que me
conhecem mais proximamente sabem que pedalo apenas aos domingos. Juntamente com
a Deby e o Márcio meu companheirão de vida e de pedal, me preparei pelo menos
psicologicamente para a quebradeira que sabia seria a prova. Subestimei....o
desafio. Dizia...não, a gente aqui no Centro Oeste tem vantagem competitiva com
tanto sol, calor e baixa umidade que enfrentamos...gosto de subidas, encaro
bem...não será tão difícil. Mas foi!
Galera, venci sim, os obstáculos dos dois dias, mas tive momentos de desânimo
em razão da quantidade de subidas. Principalmente no primeiro dia. Com 15 km
para encerrar temos a falsa impressão de pouca coisa, porque foi tanta
dificuldade que parecia que chegaríamos ao Céu. Para finalizar a prova
enfrentamos um incrível empurra bike nos úlimos 5 km que me tirou um restinho de
energia que tinha acumulada e para completar uma descida íngreme em pedra apenas
para chegar na Cidade.
No dia seguinte, a rádio prova dizia...será mais fácil, menor quilometragem
e, mais uma vez subestimei a quebradeira. Prova técnica, trechos impraticáveis
no pedal e um final angustiante para mim. Tínhamos o limite de chegar às 13h30
em Mariana. Tempo definido pela organização da prova. Fiz o percurso de 44km
inteiramente tensa, ligada e com um sentido de urgência. Não queria
ABSOLUTAMENTE perder a minha medalha de participação. O Márcio ria de mim, teve
trecho que empurrei brava porque queria chegar logo. Tinha um único
pensamento...a minha merecida medalha depois de tanto sofrimento e chegar a
tempo para o pódio da galera. Isso mesmo, sabia que não tinha boa posição, nem
pensava nisso. Na categoria casal com o Márcio ficamos em 11º lugar. Cheguei
12h30. No sábado sofri para completar, no domingo sofri para chegar em tempo.
Bem, mas dificuldades à parte, foi uma prova inesquecível. O visual é
lindíssimo, diferente, terrenos de todas as formas e cores..hehe, pedra marrom,
branca, preta, cascalhos diversos, singles para todos os gostos, ladeeeiiiiras
intermináveis. Adorei!
O que marcou. O carinho do Márcio comigo, a minha inseparável amiga Deby que
com toda a coragem, me estimulou muito. Ela se inscreveu e participou da
categoria Elite. Sofreu também e encerrou o 2º. Dia no osso (13h30). Feliz da
vida e com a reluzente medalha no peito. Fatos impressionantes - quantidade de
deficientes que bravamente assumiram a prova. Lição de vida e de amor a um
esporte.
É isso galera para encerrar com chave de ouro esta aventura maravilhosa, só
mesmo a companhia nestes dias desta gente linda que faz parte do nosso grupo.
Gente da mais alta qualidade. Pessoas que investiram seu tempo, dinheiro,
energia e também carinho à camisa verdinha para brilhar nas Minas Gerais.
Brincamos e rimos muito. Trocamos figurinhas com ciclistas de todo o Brasil.
Levamos com muito orgulho o nome do Rebas do Cerrado para a história do MTB no
Brasil.
Sinto-me assim...
Janice A. S. Pereira
Coordenação do Rebas do Cerrado
Iron Biker