Rebanho,
Depois de admitir e ter a coragem de me olhar no espelho, sem
desculpas, sem fantasmas ou fantasias só agora pude perceber que ele
(o espelho) sempre revelou tudo de mim, e comecei a pensar como
tenho agido diante das pessoas que amo...
Descobri que agora o tempo é de muita calma e lucidez.
Apesar de o tempo correr mais do que "bandido do Adalberto"
(hehehehe) sei que ainda tenho muito tempo para esperar as coisas
acontecerem e se acertarem, porém, não posso e não devo deixar as
coisas acontecerem por si só – preciso fazer a minha parte né?
Não dá pra gente ficar esperando a felicidade cair na nossa cabeça,
precisamos ir atrás dela. Correndo, nadando, pedalando...
Não importa como.
Estou me sentindo um pouco tímida, afinal de contas nunca fiz nenhum
relato ou depoimento que fosse para o Grupo – e como muitos sabem
sou uma pessoa bastante introspectiva (daí a minha dificuldade).
Pois é, apesar de ter uma família maravilhosa, depois que perdi
minha mãe, andei me perdendo também, não me perdendo nas trilhas
(coisa rara!), me perdendo de mim mesma, das pessoas, da minha
família tão querida, dos meus amigos, me perdendo de Deus, da Vida.
Na realidade eu nunca havia tido uma convivência assim. No início
tive medo (não sei por que, mas as pessoas para mim deixaram de ter
importância e criei um Mundo onde só havia eu e eu).
Meu ingresso no
Rebas foi uma experiência totalmente nova! Muitas vezes eu ficava
olhando aquelas pessoas (várias, muitas, cada uma totalmente
diferente da outra – eu digo: "não enquanto SER, enquanto
PESSOA, "a" nível de si mesma", mas diferentes classes sociais,
culturais, raças e ao mesmo tempo tão iguais. Incoerência? Não.
Difícil definir em uma única palavra: Seria SOLIDARIEDADE?
Não, é
pouco. AMIZADE?
Pouco ainda. COMPANHEIRISMO?
Também não. COMPAIXÃO?
Não.
Já sei! – SOLIDACOMPANHEIXÃO.
Isso, isso, isso. Não existe esta
palavra? Como não? Se existe um significado para ela como ela não
existe? O sinônimo de SOLIDACOMPANHEIXÃ O é REBAS.
Vocês me mostraram
que na realidade eu não estava perdida, apenas desencontrada e que
não existe nada mais importante na vida do que o relacionamento
entre as pessoas (se amando, se escalpelando, discutindo, fazendo as
pazes, se ajudando, se gostando... enfim). Não corri atrás da
felicidade. Encontrei essa danada pedalando (UFA!) – Nunca tinha
pedalado uma bike com marcha na vida! Aliás, a última vez que havia
pedalado (o que não faz tanto tempo assim) estava com mais ou menos
uns 13 anos, minha monark dobrável ("xique" no "úrtimo" galera).
Queria continuar tendo esse relacionamento bacana com vocês pro
resto da vida! Bá guris vocês são o máximo: a simplicidade da
simplicidade, a humildade da humildade.
Ver o sorriso da "Debrinha"
quando chego nos pontos de encontro é como chegar em casa depois de
um dia "daqueles" no trabalho, abrir a porta e vir cachorro, menino,
papagaio, todos loucos de saudade de você e cheios de novidades pra
contar do dia (a gente esquece tudo! Os problemas simplesmente
desaparecem).
A doçura da Janice, o Bite fazendo "bico", mas nunca
desviando a atenção da missão (sempre pronto pra empurrar, carregar,
segurar a cabeça para um "pau de rato "infeliz" (hehehehe) vomitar,
que resolveu que daria conta de fazer uma trilha difícil sem nunca
ter feito uma fácil!
Todos perguntando pra você como vai? E
realmente querendo ouvir uma resposta.
O meu sanduíche favorito indo
e vindo (chegando a fazer a trilha, pelo menos, 4 vezes) pra ver se
está tudo bem com a Galera, né Bauru?
o Edu se perdendo e fazendo
todo mundo se perder, apesar da Planilha, da Bússola e do GPS
(pequenos detalhes), a preocupação em se saber porque o "LXPT" não
apareceu hoje na trilha? Saudade do Adolfo (volta logo cara!). A
certeza de que todos estão "morrendo" de saudade de mim
(metida....)
Prometo voltar logo Galera, inteirinha, pra poder
rolar na relva e me escorregar nos barrancos e descidas e subidas,
simplesmente porque me distrai olhando uma flor ou uma borboleta, ou
um passarinho e esqueci apenas de um pequeno detalhe: "a trilha".
O grande segredo do nosso grupo está neste amor incondicional. Neste
aceitar cada um como ele é e pronto. Nosso segredo está em não
exigir das pessoas mais do que elas aprenderam e podem nos dar, pois
sabemos que estão fazendo o seu melhor.
Este querer bem. A preocupação em não ferir e magoar o outro. Este
saber que cada um é único, e da sua importância no grupo e que por
isso temos a obrigação de cuidar um do outro e, se possível, até
ajudá-lo a buscar sua felicidade – Pois a partir do momento em que
você se torna um REBAS, passamos a fazer parte do caminho de cada um.
AMO TODOS VOCÊS... DE VERDADE... MUITO
SAUDADES...
Da sempre REBAS (Ex Estagiária)
Rívia Downhill