Caros irmãos cicloturistas,
Primeiramente, gostaria de agradecer a oportunidade que todos me proporcionaram ao permitir a minha participação no evento. O Superando Limites III foi a minha primeira trilha e, devo confessar, foi realmente difícil.
Muitos dirão que o importante é participar. Com certeza, eu digo: O importante é estar entre amigos. Quando se tem amigos, nada é impossível. A estória deste evento (de todas as versões, inclusive a extra-oficial de reconhecimento) é formada pelo conjunto de superações individuais. E não há instrumento melhor para que todos possamos conhecer melhor nossos amigos do que cada um relatar sua própria superação.
Dessa forma, apresento-me aos demais, principalmente aqueles quem eu não tive a oportunidade de manter um colóquio sadio e proveitoso. Chamo-me Yuri Andreievitch Ghenov, 32, Eng. Eletricista e Adm. de Empresas, trabalhando na Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô/DF).
Foi através de um colega de trabalho que decidi retornar à prática do ciclismo. Minha experiência no assunto foi muito amadora e só tive bicicletas para estrada (speed). Aconselhado por este colega, fui conhecer a Cycling Bike Shop, na CLN 110. Na oportunidade, conheci Márcio e Marcos Vinícius (Marcão), onde fui prontamente atendido. Então, já com a intenção de adquirir uma "magrela", e seguindo os conselhos deste colega, comprei uma Kona Blast 2006. Todos a quem questionei foram unânimes em dizer que foi uma ótima opção, principalmente em quem estava se iniciando na prática do cicloturismo.
Minha experiência com esportes não é nada digno de um quarto ou sala cheia de troféus, muito pelo contrário. Participei de eventos de handebol, futebol, atletismo e basquete em diversos momentos de minha vida, desde os tempos do ensino fundamental e médio, até minhas graduações na UnB. Participei de algumas "Voltas Universitárias" (percurso de 10 Km de corrida em volta do Campus Universitário Darci Ribeiro) e de campeonatos amadores de futebol interclubes no DF. Exceto esses momentos, minha juventude foi marcada por anos de estudos e trabalho, construindo as bases para formar uma família e um lar saudável e agradável.
Após longos anos afastado de qualquer prática desportista, eis que, enfim, resoluto a vencer a inércia e as amarras que nos acorrentam no sofá em frente à televisão ou numa cadeira em frente ao computador (estudando ou trabalhando), libertei-me finalmente do ócio e da preguiça. Realmente, eu tinha que fazer algo para cuidar de mim mesmo. Eu percebia, lenta e gradualmente, o meu condicionamento e a minha saúde esvairem-se do meu semblante esquio, transformando-me num carismático ser redondo.
Não que há algo contra aqueles que desejam se manter assim, esféricos, mas minha crítica pessoal a mim mesmo foi mais forte. Algo precisava ser feito. Portanto, naquele Sábado, 08/Abr/2006, comprei minha "magrela" e vários apretechos (ferramentas, vestuário, equipamentos de proteção, caramanholas e outros itens necessários). Estava disposto a seguir em frente. Encontrava-me com 1,75m de altura e 94 Kg de massa (não muscular, infelizmente).
Então, comecei a, esporadicamente, participar de alguns passeios noturnos. O grupo do PNDF - Pedal Noturno do DF - foi muito receptivo e, tanto eu quanto minha Rainha (Joyce - esposamante/confidente/dona) fomos a alguns passeios. Conhecemos várias pessoas e, inclusive, dois italianos: Enzo e Giulio, os quais, simples e carismáticos, cativaram a todos que se aproximavam.
Meu desempenho, devido ao ritmo do grupo, foi normal. Não me cansei e nem senti esforço algum, mas percebia, a cada vez que repetíamos os passeios, que eu me esforçava cada vez menos. Por isso eu acho importante sempre nos mantermos ativos, em movimento, sempre que possível. Isso auxilia, e muito, o nosso condicionamento físico.
Então, quando anunciaram o evento, ou melhor, quando eu descobri que o evento Superando Limites III estava encerrando as inscrições, um rapaz apresentou desistência, alegando ter se submetido a uma cirurgia (muito obrigado por isso, Gustavo), e não poderia participar. Foi a deixa para que eu me obrigasse a ir: "Eu tenho que tentar, que mal há. Terá apoio, pessoas qualificadas para um atendimento médico. Não tenho nada a perder". Ledo engado. Eu tinha muito a perder. Perdi, deste que comprei essa bicicleta, quatro quilogramas. É verdade, 04 Kg em um mês. Hoje, quatro quilogramas mais leve, superei meus limites. Em verdade, amplieios e já estou me atrevendo a realizar vôos mais audazes.
Agora, viciado que estou, sempre que puder estarei acompanhando o Rebas e o PNDF. Entretanto, devido à natureza do meu serviço, muitos Domingos e Madrugadas me impedirão de acompanhar tão saudável e feliz grupo. Então, até a próxima trilha, e que venham as pirombas...
Abraços fraternos,
Yuri Ghenov